O empurrão que mudou tudo
Eu nunca imaginei que estaria aqui, teclando essas palavras num canto barulhento da casa enquanto o mundo lá fora segue seu ritmo caótico. Tudo começou com a Renata, minha esposa, que um dia, entre um suspiro e outro, jogou no ar: “Por que você não cria um blog?”. Eu ri, achando que era só mais uma ideia solta dela, daquelas que a gente deixa morrer na gaveta. Mas ela insistiu, com aquele jeito dela que mistura teimosia e carinho, até que eu cedi. E olha só: hoje esse blog é um pedaço vivo de mim, uma coisa que pulsa com acessos e me enche de um orgulho quieto, quase secreto.
O peso de ter algo a dizer
Não vou te enganar: tem dias que eu olho pra tela branca e sinto um vazio que parece engolir tudo. É como carregar concreto molhado no peito — pesado, úmido, grudando em cada pedacinho de vontade. Inventar uma ideia nova, algo que valha o teu tempo, é uma luta que não explica. Às vezes, eu fico ouvindo o barulho do ventilador girando, o cheiro de tinta fresca da parede que pintei com o Theo no fim de semana passado ainda no ar, e me pergunto: “O que eu posso oferecer hoje?”. Mas aí vem a mágica: quando as palavras finalmente deslizam, é como se o mundo ficasse mais leve, mais meu.
A dança entre o caos e o amor
Minha vida não é só esse teclado. Tem o Theo, meu filho, um menino de cinco anos que já lê gibi em inglês e me deixa de queixo caído com as coisas que ele fala. Ele é autista, superdotado, um furacão de energia e mistério. Cuidar dele é correr atrás de um cometa — lindo, imprevisível, exaustivo. Tem dias que ele me puxa pra brincar enquanto eu tento fechar um código no trabalho de programador, e eu sinto um aperto no peito, uma mistura de culpa e um amor que não cabe em mim. Escrever pro blog vira quase um refúgio, um lugar onde eu respiro fundo e coloco ordem no caos.
O preço da sombra e a força das palavras
Eu não sou de aparecer, sabe? Não me peça pra ligar uma câmera ou gravar um vídeo com minha cara desajeitada. Mas escrever? Isso eu faço com fome, com gosto. Cada texto é como um fio que eu solto pro mundo, torcendo pra alguém pegá-lo do outro lado. O sucesso desse blog não caiu do céu — ele veio rastejando, devagar, com noites mal dormidas e dedos calejados de tanto teclar. E o dinheiro? Ele aparece, sim, mas é um bicho arisco. Chega aos poucos, depois de muito suor, e só quando você prova que ama o que faz.
O que ninguém te conta de verdade
Viver de internet não é um mar de rosas, nem uma fórmula pronta que te vendem por aí. É acordar com o coração na mão, achando que ninguém vai ler o que você escreveu, e mesmo assim sentar pra criar algo que valha a pena. É sentir o cheiro de terra molhada numa tarde de chuva e lembrar de quando eu era criança, sonhando com um futuro que eu nem sabia direito como seria. É olhar pro Theo dormindo, com um livro aberto no peito, e pensar que tudo isso — o blog, os códigos, as ideias — é pra ele, pra nós. A verdade é que esse caminho é torto, cheio de buracos, mas quando você acha teu canto nele, ele te carrega pra lugares que você nunca imaginou.
E a bofunfa? 💰
O retorno vem, sim, mas não é só grana. É saber que alguém, em algum lugar, leu essas linhas e sentiu um calorzinho no peito, como se eu tivesse acendido uma fogueira pra gente se aquecer junto. E isso, cara, não tem preço. Amo escrever e isso que importa para mim.
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