Confesso que mal consegui dormir nas últimas semanas. Os movimentos do mercado cripto têm me deixado com olheiras profundas e uma xícara de café sempre pela metade na mesa do escritório. Depois de sete anos mergulhado nesse universo de velas verdes e vermelhas, finalmente roubei algumas horas do meu fim de semana para compartilhar o que tenho visto — e sentido — sobre o Bitcoin.
A Realidade dos Gráficos
Abri meu notebook ontem à noite, o brilho azulado da tela iluminando meu rosto cansado enquanto encarava o gráfico semanal do Bitcoin. Meu estômago embrulhou ao observar a queda vertiginosa dos $109.588,00 — número que ainda me dá um frio na barriga quando lembro da euforia daqueles dias — para os atuais $79.709,99. Uma pancada de 27% que senti como quem leva um soco no fígado.
O topo duplo perto dos $109.000 parece agora um daqueles espelhos de parque de diversões que distorcem nossa imagem, seguido por uma cascata de velas vermelhas que me fizeram apertar os olhos várias vezes para ter certeza do que estava vendo. A quebra da média móvel de 50 períodos? Pois é... aquela linha rosa que antes servia de trampolim agora virou um teto de concreto.
Mas olha, nem tudo está desabando. A média móvel de 200 períodos continua subindo como um rio calmo depois da tempestade. E o preço ainda navega acima dela — um sinal que aprendi a respeitar depois de tantas cicatrizes de mercado.
Além dos Gráficos: O Cenário Macroeconômico
Já perdi dinheiro demais ignorando o que acontece fora dos gráficos. Este ciclo do Bitcoin tem um sabor diferente, como um vinho de safra única. É o primeiro após a aprovação dos ETFs à vista nos EUA — ainda me lembro do dia em que a notícia caiu, eu estava no meio de um almoço e quase derrubei o celular na sopa de tão nervoso.
A onda de vendas que estamos vendo coincide com um Fed mais cabeça-dura do que esperávamos. Os juros começaram a cair, sim, mas num ritmo de tartaruga com artrite. Enquanto isso, o capital dança na pista do mercado tradicional, batendo recordes um atrás do outro, como se não houvesse amanhã.
Meus olhos ardidos de tanto olhar para a tela também têm acompanhado os dados on-chain. Os "holders" — aqueles caras com nervos de aço — estão comprando mais durante a queda. As exchanges estão vendo mais saídas que entradas de Bitcoin. Já vi esse filme antes: é o silencioso acúmulo que acontece longe dos holofotes.
Minhas Estratégias e Sentimentos Atuais
Depois de surfar tantas ondas do Bitcoin — algumas que me levaram ao céu, outras que quase me afogaram —, aprendi a respirar fundo quando o sangue corre pelas ruas do mercado. Minha estratégia tem sido como um jogo de xadrez: mover as peças com calma, comprar em patamares específicos, sem desespero.
Coloquei ordens de compra nos níveis de Fibonacci — aqueles números mágicos que parecem funcionar por algum motivo inexplicável. A região dos $70.000, que coincide com a retração de 61,8%, está marcada em vermelho na minha tela. Guardei também uma reserva de guerra caso o preço teste a média de 200 períodos — o último porto seguro antes da tempestade se transformar em furacão.
Não vou mentir: acordo no meio da noite e checo o preço pelo celular. Ver 27% do seu patrimônio derreter é como tentar dormir com um mosquito zumbindo no ouvido. Mas carrego comigo a lembrança vívida de outros ciclos e a certeza de que o próximo halving continua sendo a luz no fim do túnel.
Perspectivas e Probabilidades
Quando meus amigos me perguntam o que esperar, costumo desenhar cenários baseados no que vejo em meus instrumentos de análise — tanto técnicos quanto fundamentais.
Pro curto prazo, nas próximas semanas, já preparei meu coração (e minha conta bancária) para mais baixas. Vejo 60% de chance de visitarmos a faixa entre $70.000 e $75.000. A ideia me dá um frio na espinha, mas também me faz apertar o botão de compra com mais determinação.
Olhando para os próximos 1-3 meses, mantenho um otimismo cauteloso — como quem atravessa uma ponte de corda sabendo que há um tesouro do outro lado. Dou 55% de chance de vermos uma recuperação após os testes de suporte. O halving sempre teve um efeito mágico em ciclos anteriores, como o nascer do sol após uma noite estrelada.
No longo prazo? Continuo tão otimista quanto um garimpeiro que encontrou um veio de ouro. Desde que o preço não afunde abaixo dos $62.860 — um número que tenho rabiscado em todos os meus cadernos de anotações.
Considerações Finais
Depois de tantos anos nesse carrossel de emoções chamado Bitcoin, aprendi que o mercado adora seguir pelo caminho que menos pessoas esperam. As correções doem como se alguém estivesse arrancando um Band-Aid bem devagar, mas costumam ser os momentos em que encho mais os bolsos.
Sigo grudado na tela, monitorando o volume das próximas velas semanais como um médico observa os batimentos de um paciente. Uma divergência nos indicadores de momentum seria como encontrar água no deserto — um sinal para aumentar ainda mais as posições.
Como sempre digo para mim mesmo enquanto encaro meu reflexo no espelho do banheiro: no dia a dia, os gráficos mandam; no longo prazo, os fundamentos reinam. E os fundamentos do Bitcoin, com sua escassez programada que me faz pensar em diamantes cada vez mais raros, e adoção institucional crescente, brilham mais forte que nunca.
Análise feita com café forte e olheiras profundas em 10 de abril de 2025. Lembrete: estas são apenas minhas análises pessoais, fruto de noites mal dormidas e anos de cicatrizes. Não tome isso como recomendação de investimento.
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