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Destaques

Substituí a câmera do meu smartphone em casa e economizei 80% seguindo instruções simples.

Quando o pânico virou alívio na areia de Boa Viagem Putz grila, nunca imaginei que estaria contando essa história. Eu, que sempre tive aquele medo irracional de mexer em qualquer coisa eletrônica, consegui substituir a câmera do meu próprio celular. Tá louco, meu! Ainda me dá um frio na barriga só de lembrar. Era nossa tão sonhada viagem pra Recife. Eu, Renata e nossos filhos - o Theo de 5 anos, pura energia concentrada, e a Laura de 17, naquela fase de registrar absolutamente tudo nas redes sociais. Estávamos todos curtindo aquela manhã perfeita na praia de Boa Viagem, o sol batendo na cara, aquela brisa gostosa, e eu querendo guardar cada segundo daquele momento. Foi quando aconteceu. Tirei o celular do bolso pra fotografar o Theo fazendo um castelo de areia gigante, apertei o botão e... nada. A tela ficou preta. De novo, nada. Uma, duas, três tentativas. Nada de nada. Senti como se tivessem jogado um balde de água gelada na minha cabeça no meio daquele calor de Recif...

Recuperei todas as minhas fotos depois que o celular quebrou com um método do meu amigo.

Aquele momento de desespero

Sabe aquele momento que seu coração para por um segundo? Foi exatamente isso que senti quando vi o celular da Renata escorregando do sofá novo em câmera lenta. Putz grila, parecia uma daquelas cenas de filme onde você só consegue assistir o desastre acontecendo, sem poder fazer absolutamente nada.

A Renata tinha acabado de sentar naquele sofá que comprei do Emanuel (meu parceiro desde os tempos que a gente brincava de carrinho na rua). Uma distração boba, dessas que acontecem mil vezes por dia, só que desta vez com consequências catastróficas. O barulho do aparelho batendo no chão foi como um tiro no meio da sala.

Fiquei de cara, de verdade. Todo mundo congelou. Até o Theo, meu pequeno de 5 anos, que geralmente está imerso no próprio mundinho, parou para observar. E quando pegamos o celular, aquela tela trincada me deu um aperto no peito que nem consigo explicar direito.

O desespero das memórias perdidas

Não era só um aparelho quebrado - era um tesouro de memórias. As primeiras palavras do Theo, seu sorriso quando conseguiu montar aquele quebra-cabeça complicado, nosso último aniversário de casamento... tudo registrado naquele dispositivo que agora mais parecia uma teia de aranha de tão trincado.

Confesso que me senti como se estivesse carregando concreto molhado no peito. A Renata começou a chorar baixinho enquanto tentava ligar o celular, que respondia apenas com uma luz fraca e depois nada.

"As fotos do Theo... todas as fotos dele..." ela repetia, com a voz embargada.

Nunca tinha feito backup. Claro que não. Somos daquele tipo de pessoa que sempre pensa "vou fazer isso amanhã" até que o amanhã vira aquele dia em que tudo desmorona.

A sabedoria inesperada

Foi aí que tudo ficou ainda mais surreal. O Theo, que normalmente tem dificuldade em se conectar com nossas emoções devido ao autismo, se aproximou calmamente, olhou para o celular destruído nas mãos da mãe e soltou:

"Pelo menos dá pra recuperar as fotos, né?"

Rapaz do céu, olha isso... fiquei parado, processando o que tinha acabado de ouvir. Como assim ele sabia disso? De onde tinha tirado essa informação? E mais importante: seria possível mesmo?

A esperança é mesmo a última que morre, e naquele momento, meu filho de 5 anos tinha acendido uma fagulha que eu não esperava.

A jornada de recuperação

Me deu um estalo na hora. Se tinha uma possibilidade, por menor que fosse, eu precisava tentar. Comecei pesquisando feito louco, perguntando pra todo mundo que conhecia que entendesse de tecnologia.

Mano, na moral... descobri um universo inteiro de recuperação de dados que eu nem imaginava que existisse. Programas especializados, técnicas avançadas, empresas dedicadas só a isso. Tá louco meu, isso é muito mais complexo do que eu pensava!

Tentei primeiro os métodos caseiros. Conectei o celular no computador, rezando pra que ele fosse reconhecido mesmo com a tela destruída. Nada. Tentei alguns aplicativos gratuitos de recuperação. Resultados parciais, no máximo.

Cada tentativa frustrada era como perder aquelas memórias pela segunda vez. E olhar pro rostinho do Theo, esperançoso de que o pai ia resolver tudo, só aumentava minha determinação.

O especialista improvável

Foi quando lembrei do Jorge, um colega de trabalho que vivia falando sobre segurança digital. Aquele cara que todo mundo meio que ignora nas conversas de almoço porque ele só fala de criptografia e backup em nuvem. Quem diria que seria ele meu salvador?

Enviei uma mensagem desesperada, explicando a situação. A resposta veio rápida: "Traga o aparelho amanhã. Vamos ver o que dá pra fazer."

Não dormi direito aquela noite. Ficava imaginando todas aquelas memórias digitais flutuando no éter, prestes a desaparecer para sempre. O primeiro banho do Theo, seu primeiro dia na escolinha, o jeito único como ele sorri quando está realmente feliz... registros que faziam parte da nossa história.

O milagre técnico

Quando entreguei o celular nas mãos do Jorge, ele olhou com aquela cara de quem já viu de tudo.

"Relaxa, a memória interna raramente é danificada numa queda. O problema é o acesso a ela."

Ele abriu uma gaveta cheia de cabos, adaptadores e ferramentas que eu nunca tinha visto na vida. Conectou, desconectou, digitou comandos numa velocidade impressionante. Eu observava como uma criança vê um mágico, completamente fascinado e sem entender nada.

Depois de uns 40 minutos que pareceram uma eternidade, ele virou a tela do computador na minha direção. E lá estavam elas. Todas. As. Fotos.

O alívio indescritível

Não sei se rio ou se choro com isso cara! Literalmente senti meu corpo inteiro relaxar de uma vez. As fotos estavam lá, organizadas por data. Os vídeos também. Tudo, absolutamente tudo tinha sido recuperado!

Jorge me explicou pacientemente o processo, me mostrou ferramentas de backup que eu poderia usar, falou sobre armazenamento em nuvem. Eu balançava a cabeça fingindo que estava absorvendo tudo, mas na verdade só conseguia pensar em como ia contar para a Renata que tínhamos recuperado nossas memórias digitais.

O momento da verdade

Cheguei em casa com um pen drive cheio de tesouros e um sorriso que não cabia no rosto. A Renata estava na cozinha, preparando a primeira alimentação matinal do Theo com aquelas frutas que ele tanto gosta.

"Consegui", foi tudo que consegui dizer antes de mostrar o pen drive.

"Conseguiu o quê?", ela perguntou, sem entender.

Em vez de explicar, conectei o dispositivo na TV da sala. E de repente, lá estava o Theo de dois anos atrás, batendo palmas pela primeira vez no ritmo certo de uma música. A Renata deixou cair a colher que segurava.

O próprio Theo, que estava comendo sua maçã picada, parou e apontou para a TV:

"Eu pequeno!"

A lição que fica

Essa experiência me ensinou muito mais do que técnicas de recuperação de dados. Me fez valorizar ainda mais cada momento registrado, cada memória capturada. Agora tenho backups dos backups dos backups.

Mas o mais incrível foi perceber como o Theo, mesmo com todas as suas dificuldades de comunicação, conseguiu nos dar esperança quando mais precisávamos. Como é que ele sabia que era possível recuperar as fotos? Mistério. Talvez ele tenha visto algo na TV, talvez tenha ouvido alguém comentar. Ou talvez seja apenas aquela intuição especial que ele tem às vezes.

O universo me mandou esse sinal através do meu próprio filho. E depois de toda essa aventura, sempre que olho para o Theo brincando, penso em como às vezes as lições mais importantes vêm das fontes mais inesperadas.

E você, já passou por algum susto de perder memórias digitais importantes? Como foi sua experiência de recuperação? Espero que minha história tenha te mostrado que, mesmo nos momentos mais desesperadores, sempre pode haver uma luz no fim do túnel.

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